Essa foi a pergunta que a minha filha mais velha me fez. E olha… quando ela falou, meu coração ficou tão apertadinho e, ao mesmo tempo, tão cheio de orgulho.
Ela olhou pra mim e disse:
“Mamãe, posso raspar?
E olha que eu tô há três anos careca, por opção, depois do tratamento. Sim, por escolha. Porque, em algum momento da minha jornada, entendi que meu cabelo não me define. Que beleza é muito mais sobre como a gente se sente, do que sobre aquilo que os outros enxergam.
Quando ela me perguntou isso, eu respirei fundo, olhei nos olhinhos dela e perguntei:
“Mas me conta, filha… por que você quer raspar?”
E ela, com toda sua sensibilidade, respondeu:
“Na minha escola não tem nenhuma menina careca. E você sempre fala que a gente tem que respeitar quem é diferente… Então acho que eu quero ficar careca.”
Gente… vocês conseguem imaginar o turbilhão que passou aqui dentro? Ao mesmo tempo que eu senti um orgulho gigante, meu coração também apertou. Porque eu sei exatamente o que é ser diferente num mundo que insiste em querer todo mundo igual.
Expliquei pra ela que, sim, a mamãe escolheu ser careca, mas que essa decisão veio de uma vivência, de uma história, de algo que eu precisei passar. E que ela ainda é novinha… que talvez, no mês que vem, ela ia querer o cabelinho de volta, e que nesse caso, ela não teria essa escolha tão rápida, porque cabelo não cresce da noite pro dia.
E ela, muito madura, respondeu:
“Tá bom, mamãe. Eu entendi.”
E olha… o que ficou pra mim desse dia foi uma certeza: quando a gente escolhe enfrentar os nossos desafios de cabeça erguida (literalmente, né? rs), a gente não tá só vivendo pra gente. A gente tá ensinando, inspirando, e plantando sementinhas nos corações que caminham ao nosso lado.
A vida me ensinou que ser diferente dói… mas também transforma. E ver minha filha entendendo, desde tão cedo, que o mundo precisa ser mais empático, mais acolhedor e mais amoroso, me mostra que todo esse caminho valeu (e vale) a pena.
Que a gente nunca esqueça: nossas cicatrizes, nossas escolhas, nosso jeito de ser… tudo isso é ferramenta de transformação. Pra nós e pro mundo.
Se você também se sente diferente em algum lugar, saiba: tá tudo bem. Diferente não é defeito. Diferente é transformador!
E, se quiser um espaço pra compartilhar sua história, pra ser acolhida, pra se sentir parte… vem pra nossa Comunidade Anjo Rosa. A gente te espera com muito amor e acolhimento!
Um beijo e um abraço beeeeeeem apertado!
Mari Anjo Rosa ❤️